
Vou contar “minha história”. Tudo começou no segundo colegial. Tínhamos aulas à tarde de redação. Eu particularmente achava uma perda de tempo. Fazia as redações que a professora me pedia, mas acho que foram poucas as vezes em que recebi de volta uma corrigida. Mas eu frequentava as aulas, claro, por motivo de amor maior: meu paquera (rsrsrs) – hoje meu atual namorado, muito bem, obrigada!
Numa dessas aulas fomos para a sala de exibição de filmes. Filmes escolhidos: Rei Leão e Hamlet. Era só um paralelo, com algumas cenas selecionadas de cada um. O mais triste foi terem cortado todas as passagens musicais de Rei Leão, um verdadeiro desperdício ao riso descomedido. Hamlet não conhecia a história, nunca vi até hoje, nem li... continuo sem saber. Enfim, a professora iniciou uma verdadeira discussão, no melhor estilo mesa-redonda. E revelou-me um “segredo”: Rei Leão não é uma história feliz. Apenas uma história da vida. Do ciclo da vida (nascer, crescer e morrer). Assim, básico. Simples.
Sim, foi aí que meu interesse nasceu. Depois eu nunca mais fui a mesma. E me fizeram muito bem. Uma nova perda de ingenuidade. Quando dei por mim, a história mais sem pé e sem cabeça que eu já ouvira, começou a me incomodar um pouco mais: o que aquela Alice queria dizer com todas aquelas loucuras no país das maravilhas? Fiquei de comprar o livro na versão original (inglês), porque descobri que algumas passagens só fazem sentido em Inglês, por causa de alguns trocadilhos espalhados pela história. A grana não rolou, e me contive com o que li no Rainha de Copas.
A escolhida dessa vez foi chapeuzinho vermelho. Andei pesquisando. Sim, como sempre. E também como sempre, estou aberta a contestações, afinal, me sirvo de material cibernético.
Mas do que li, Chapeuzinho vermelho é um verdadeiro conto destinado ao mundo adulto, já que constitui excelente metáfora da sexualidade. Por quê?
Irei só apontar os tópicos que li e disponibilizar os links pro post não ficar enorme:

- Há diversos símbolos espalhados pela história (e agora, um bom livro dos Grimm me seria de grande utilidade para conferir tal arguição): colhendo avelãs, simbolizando luxúria e fertilidade; borboletas, a metamorfose; as flores, a passividade; o cuidado de não quebrar a garrafa de vinho, o zelo pela virgindade.
- Nessa direção, o lobo traduz a figura do agente sedutor, a confirmação disso vem das famosas frases: que orelhas grande/mãos grandes/ boca grande, apelo expressivo aos traços masculinos e imponentes em comparação aos da avó;

- O caçador representa também a figura masculina, porém, ao contrário do agente sedutor, ele é aquele que põe ordem.
- Chapeuzinho, salva, promete à mãe nunca mais lhe desobedecer, agora conhecedora dos perigos da “perdição”.
- A mãe, embora peça obediência, expõe sua filha ao mundo da qual quer sua filha longe.
Gostou? Então confira esses links:
La verdad sobre caperucita roja; Chapeuzinho Vermelho: uma linguagem sedutora do jogo; Chapeuzinho Vermelho e a Formação da Histeria
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