sexta-feira, 11 de junho de 2010

O que é a vida?

Eu ando meio sem tempo para postagens do calibre de outrora (não que eu os considerasse verdadeiramente bons, mas ao menos eu me dedicava em expô-los com mais tempo e emitindo mais minha opinião), no entanto, embora curta, gostaria de dividir com vocês, leitores, uma definição que achei interessante. Miguel Reale, ao explanar em sua obra Filosofia do Direito sobre a Teoria dos Objetos, acaba em dado momento falando sobre o valor como objeto. Esqueça se você não é grande fã de divagações ou da Filosofia, eu encurto a história (e que me perdoem os filósofos e jusfilósofos de plantão) com a própria frase de Reale: "Viver é tomar posição perante valores e integrá-los em nosso "mundo", aperfeiçoando nossa personalidade na medida em que damos valor às coisas, aos outros homens e a nós mesmos".
Eu acredito que é bem por aí mesmo. Tenho certeza que nem eu e nem você podemos chegar numa verdade sobre o que é a vida e porque vivemos (e etc, etc, etc.), embora esse tipo de questionamento sempre nos seja acometido em algum ponto de nossa vida. Mas, sabendo ou não para quê ela serve, ou por que estamos aqui, o fato é que ao vivermos, nos apegamos a certas coisas. Construímos ou adotamos certos valores para formação de nossa personalidade. E viver talvez não seja muito mais do que isso. Um agregado de valores pessoais. Uma escolha subjetiva que reflete quem somos, porque somos e para onde vamos com nosso modo de ser.
Eu, por exemplo, posso fazer algumas reduções sobre minha pessoa, dizendo que tenho como valores a família, o amor, e blablablá. Isso talvez me traduziria numa pessoa tradicional, romântica e mais blablablá. O fato é que essa redução não é necessária. Na minha concepção, enquanto vivo, estou a todo momento tomando decisões, automaticamente seguindo minhas crenças, minhas convicções, pois este é o meu mundo, e não o de outra pessoa. Importa que eu esteja me tornando cada vez mais eu, mesmo que para isso por vezes eu tenha que atribuir um valor a outrem ou a algo. Essas entidades alheias a mim o são como eu vejo para mim, e não fora de mim (claro que não posso sair generalizando... mas fica para próxima, ok?).
Enfim. Viver é valorar. Mas cada um vive a própria vida e a valora como bem lhe cabe. É por isso que somos diferentes, é por isso que ora nos entendemos, e tão facilmente nos desentendemos. É por isso que nos respeitamos, e ora desprezamos. É por isso que ora é simples amar, e outras vezes o amor fala uma linguagem diferente. Porque cada um constrói sua própria identidade, seu mundo. De tudo isso, só posso concluir: sou cada dia que vivo mais eu sob meu eu concebido. E os outros... ah, os outros são cada vez menos eu para eles próprios, e mais eles para si próprios (risos).

Um comentário:

Leonardo Ueda disse...

Gostei do último trecho do seu post! =)

"sou cada dia que vivo mais eu sob meu eu concebido. E os outros... ah, os outros são cada vez menos eu para eles próprios, e mais eles para si próprios (risos)."

Como você escreve bem, gzus! xD
Omedetou Isa!