segunda-feira, 19 de novembro de 2012

domingo, 14 de outubro de 2012

Obrigada

Tenho algo a confessar: desde que você entrou em minha vida, não tenho conseguido escrever os longos textos que eu tanto gostava, mesmo poemas. Parece que nada disso é digno da sua pessoa. Parece que vou soar carente e careta, que tudo que penso é em você e nesse sentimento que é o amor. 
Obrigada por me fazer sentir assim - viva. De verdade. 
Não tenho a pretensão de escrever um texto que o descreva com todos os detalhes e explique porque amo você. Mas espero sinceramente conseguir cá e lá, vez ou outra, que meu coração fale umas palavrinhas carinhosas a você, porque é tanto sentimento, que se não dividir um pouco, até parece que vou explodir.
Amo você, meu tudo. É tão bom sentir meu coração batendo assim, apertado, e com um firme propósito, o de tê-lo ao meu lado para o resto de nossas vidas. 


Hold onto today

So, please, remember today was an amazing one. And come back here as many times as you need to. 

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Uma palavra para cada coisa

Mizpah - Profundo vínculo emocional entre pessoas, especialmente aquelas separadas pela distância ou morte. 

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Pra onde (quem) vai seu consumo?

Toda vez que estamos consumindo algo, alguém se beneficia. De certo modo, isso é bom, afinal, todo mundo precisa do pão de cada dia. Faça o quiz e descubra quantas pessoas você ajuda por dia.


Meu resultado foi 22 pessoas/dia.


Divagando...

Estava eu aqui meio desanimada com o andamento dos fatos em minha vida, uma mesmice com muitos precedentes - cuja trilha sonora seria totalmente oportuna ao som de "What's up - 4non blondes", exceto que não tenho 25 anos -  até que me deparei com uma frase que anotei do livro Ficções, de J. Luis Borges, e senti que, de certa forma, esse sentimento incômodo foi por ora afastado.

"... a realidade não tem a menor obrigação de ser interessante".

Realmente, não tem mesmo a menor obrigação. Talvez a única que tenha a obrigação de ser interessante seja eu mesma, se eu quiser me sentir fora das bordas da realidade.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Além de mim

Não é que sem ele eu não estaria dando meu melhor... mas é tão bom saber que isso está fazendo alguém além de mim feliz também.
By: Thomas Seiki Ueda

sábado, 30 de junho de 2012

Mistério

Nem sei direito por que, mas ele me adora
E lá fora, tem lugar p'ra tanta gente como eu...
Mas uma voz silenciosa me diz:
"Ah, não tem, não". 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Cosmic Tony

Créditos BBC News

Cosmic Tony é uma figura interessante. Criado por Nick Hornby em seu livro "A long way down", que narra  o encontro de 4 pessoas cujo único vínculo subjetivo se deu em razão de estarem no mesmo dia e no mesmo lugar (no topo de um prédio) com a intenção de se suicidarem.
Num encontro nada casual como este pode haver vários desfechos. É claro que, estendendo a conversa e ninguém pulando do prédio, é possível que aos poucos os personagens cheguem a conhecer um ao outro um pouco melhor. Tudo bem, é um "conhecimento" superficial. Mas ainda assim real. Afinal, quando se descobre que a pessoa tinha a intenção de se matar, já se sabe muita coisa a respeito dela.
Uma das personagens, bastante religiosa, numa dessas conversas estendidas, acaba sendo questionada por outro (e aqui eu estou parafraseando o diálogo dos dois com minhas palavras e minha vaga memória):
"Se você pudesse fazer um trato com Deus. Ele dissesse, ok, gostamos muito de você, mas gostaríamos que ficasse na Terra. O que podemos fazer para persuadi-la?"
Ao que ela responde:
"Deus? Se ele em Sua infinita sabedoria em Pessoa dissesse para eu ficar, não precisaria haver nenhum motivo. Eu simplesmente ficaria".
Ele, percebendo que não progrediria muito na conversa se mantivesse Deus metido na história, reformula sua pergunta:
"Ok, não Deus. Digamos, um presidente cósmico, ou primeiro ministro. Tony Blair, alguém que pudesse ajeitar as coisas. Você não pode fazer o que Tony Blair lhe disser, sem pedir nada em troca. E então, o que seria?"
"Ele pode curar Matty?"
"Não, ele só pode ajeitar as coisas".
"Eu gostaria de férias".
"Por Deus, você é uma barganha! Você escolheria viver pelo resto da sua vida por uma semana de férias na Flórida?"
"Faz 19 anos que não tiro férias".
Conversa vai, conversa vem, ele continua:
"Ok. Como seu empresário, eu vou pedir ao Cara que lhe dê férias por um ano. Talvez dois".
"Você não pode fazer isso!" - e então ela viu como estava levando todo aquele papo muito a sério e que um ano era demais.
"Confie em mim. Eu conheço o mercado. Cosmic Tony não vai achar que está pedindo muito. E quê mais?" 
Cosmic Tony. Quem não gostaria de se deparar com um desse tipo e ter as coisas resolvidas? (Levando em conta que Tony ainda estivesse no poder, rs).
E não digo assim para situações extremas como as dos personagens. Para pequenas coisas da vida mesmo.
Eu, sem sair dos limites da ética e da moral, pediria uma bolsa integral de estudos no melhor curso preparatório para concursos públicos. O resto eu faria por minha conta.
E você, o que pediria?

sábado, 16 de junho de 2012

Sensações

Outro dia um amigo recordou-me de uma certa "fobia" minha. Não vou aqui revelá-la. Que isso fique reservado àqueles que tiverem a oportunidade de preencher um espaço e um tempo mais longo de suas vidas do que a curta duração da leitura vertical deste post.
Mas essa sensação de pânico, que nunca consegui descrever muito bem ao certo, que me fez já tirar risadas alheias, que eu também nunca soube se riram da incômoda sensação de incompreensão ou se por me acharem maluca mesmo, ah, essa sensação inextricável de não sair do meu psicológico para que os outros pudessem entender, ela se dissipou.
Eu lia Borges. E ele soube explicá-la. Não só por mim, mas por diversas outras pessoas.
Eis aqui: 
Desde aquele instante, senti ao meu redor e em meu corpo obscuro uma invisível, intangível pululação. Não a pululação dos exércitos divergentes, paralelos e afinal coalescentes, mas uma agitação mais inacessível, mais íntima, e que eles de algum modo prefiguravam. 
Outro trecho: 
Voltei a sentir aquela pululação de que falei. Pareceu-me que o úmido jardim que rodeava a casa estava saturado até o infinito de pessoas invisíveis. Essas pessoas eram Albert e eu, secretos, atarefados e multiformes noutras dimensões de tempo. 

Pois é. Talvez meu pavor derive desta sensação de muitos tempos (ou dimensões) em que o hoje impossível fosse outrora possível. E isso me assusta. 

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Trechos extraídos do conto O jardim de veredas que se bifurcam.


quinta-feira, 14 de junho de 2012

"Pequeno selo"

Recebi meu primeiro "pequeno selo", na terminologia usada por Henkel Candy (vamos respeitar, rs).


Bom, então, respondendo às perguntas pra fazer jus ao selo.

Qual a quantidade de livros comprados/ganhados não lidos que você tem atualmente?
R: Estou com 2 livros sem terminar de ler que comprei (de 3) e 2 que peguei emprestado (de 2 mesmo - que vergonha). Daí tem os "e-books", que tenho que ler, que são 10. Sim... 10, só Deus sabe quando eles serão lidos. 

Como ou por que motivo você chegou a essa quantidade?
R: Porque apesar de gostar de ler, estou privilegiando a leitura de apostilas de concursos e sinopses jurídicas...
É um bom motivo, né?

Você se controla para não comprar muito (e aumentar o tamanho da fila), ou não se importa com isso e compra quando tem oportunidade/dinheiro/vontade?
R: Acho que me controlo no sentido de não comprar mesmo se tiver morrendo de vontade mas estar meio sem verbas, rs. Mas realmente não ligo de aumentar a pilha.


Nos últimos meses, a sua fila está tendendo a aumentar ou diminuir?
R: Ah, eu espero sinceramente que ela só aumente, mas não por estarem muito tempo parados, mas por querer ler mais e mais e mais...


Quantos livros em média você compra/ganha por mês?
R: Como é para fazer uma média, deve dar um a cada 2 meses (já foi mais, mas era porque eu costumava ganhar). Tem mês que compro 4 e depois fico meses sem comprar nada, por exemplo. Depende muito. Ir para São Paulo sempre me anima a comprar livros. Mas ainda prefiro ganhar rs.

O link do blog que te enviou o Meme/Selinho:
R: http://www.surtando-na-rede.blogspot.com.br

Por fim:
A Lia quer saber das suas respostas.
Deixe um comentário no post do blog Verbo: Ler, avisando que respondeu o meme, com o link pro seu post. 

Repasse para 5 ou mais blogs:

Apesar de que alguns andam meio parados, envio para:

Não tenho mais a quem mandar... :(

terça-feira, 12 de junho de 2012

Tudo no amor: um termo restringente

"Você é tudo pra mim".
Clássica? Pode ser, mas haja maturidade para entender o significado dessas palavras!
Não creio que exista mentira nessa frase, ainda que se alegue o romantismo no seu sentido mais sonhador.
Dizer "tudo" é uma forma bastante sintética (e aceitável) de dizer que somente coisas boas vêm à mente quando se pensa na pessoa, quando se está ao lado da pessoa querida. E que, do contrário, isso não ocorrendo, é simplesmente admitir não que sem ela a vida cessa, mas que a angústia e a tristeza serão ferozes, que a dor será por demais grande, e não se tem medo de confessar isso.
É simples assim. Mas sem perder o romantismo, agora, no seu sentido mais poético de ser.
Casos similares? "Penso em você o tempo todo".
E então? Já entendeu o verdadeiro significado disso?
Seu coração sim.

Feliz dia dos namorados, casais. 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Sinestesia


Há algo de sinestésico correndo pelo ar. Já não se pode dizer se é o cheiro de erva doce que em nada apetece ou se é a claridade das páginas digitais que cansam os olhos como cansa os ouvidos o muito escutar.
Erva doce sempre trouxe uma lembrança de decepção. É uma imagem que lhe cai bem. Quando se comia jujuba na infância pela primeira vez, e aquele feijãozinho azul despertava a curiosidade da criançada. Ah! Desde aquela experiência, erva doce carrega consigo um desencanto, quase um sentimento de traição. E ninguém mais quer comer a jujuba azul. Uns insistem, talvez, em colocar erva doce em broas e bolos de fubá, mesmo hoje, já adultos e cientes do pequeno desgosto, para resgatar a infância, quem sabe. Não a infância em si, com suas alegrias, mas uma época específica dela, quando se começa a perder a inocência, quando se começa, feito Alice e seu mundo das maravilhas, a cair numa outra realidade, na realidade em que se desiludir faz parte do jogo. Tudo bem, prossegue-se a vida sem maiores dramas.
Mesmo caso com as páginas digitais. E-books são práticos e neoconceituais - se em alguma fase da vida o leitor já fez uso de enciclopédias Barsa para pesquisar os mais variados temas. Adapta-se bem àquilo que é cômodo, embora novas ferramentas sempre despertem novos problemas. E existe hoje a vista cansada de muito se colocar diante da tela de um monitor. Mas, sem maiores dramas, a vida também prossegue.
Mas a sinestesia continua.
Em algum canto da alma, um silêncio grita, retumba e ensurdece tudo ao seu redor, e ainda assim não se faz escutar. O drama não é passar da infância à idade adulta. O drama é tornar-se um adulto sem espaço para sua infância. E, por isso, ela protesta, por todos os sentidos possíveis.
Nada de jujubas azuis, por favor!

terça-feira, 29 de maio de 2012

Espaço para amar

Nada como a tranquilidade a portas abertas...
Deixa-as assim, amor, que o tempo é curto
E o amor demasiado para uma tarde só.

Venha aqui mais pra perto de mim e diz baixinho,
Porque o sussurro cai bem ao amor.
Não por medo, receio, prevenção ou alerta.

Diz que sou tua, que és meu, que somos para nós.
E que já me amas, embora sem pressa,
Porque as portas, meu amor, ora estão abertas.

E se posso, assim, te querer, despreocupada,
Quero-te sem o meu vulgar silêncio,
Pois que a noite chega colérica, sem aviso.

E, cerradas, as portas entopem o lugar.
Mas amar... ah, amar requer espaço!
Há uma vasta extensão entre delírios e abrigo.


quinta-feira, 3 de maio de 2012

Me encanta

Estou postando aqui uma banda que vem me conquistando pouco a pouco.
Segue a letra da canção, que rega toda a minha alma.




Dame un respiro
Dame el aliento
Siéntate cerca
Dime que sí.
Hazme guirnaldas
Con mil palabras
Dame una escusa
Quiero creer

Dame razones
Para olvidarlas
Mueve mi falda
Dame un porque
Dame un regalo
Envenenado
Dame tormentas
Déjame arder

Dame puertas abiertas
Camas desechas
Pasos perdidos
Silencio en la piel
Dame puertas abiertas
Camas desechas
Quítame el sentido
Dame la razón

Dame la espalda
Dame un anzuelo
Toma las riendas
Pierde el control
Dame ventaja
Tómate un tiempo
Mueve mi mundo
Quiero caer

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Preconceito

E qual foi a grande lição do dia? Após ler o voto do relator Ricardo Lewandowski na ADPF 186/DF sobre cotas na UnB, cheguei à conclusão de que padeço de um mal ainda pouco deflagrado. Eu confesso que não era totalmente a favor das políticas de cotas raciais para ingresso nas universidades. Eu não vislumbrava apenas uma adoção de medida que permistisse aumentar os percentuais de negros/índios, por óbvio. Mas enxergava sim nesse "mecanismo" uma forma de retirar do Governo uma maior responsabilidade em fortalecer as bases da educação a nível fundamental e médio. Acontece que uma coisa não exclui a outra. Ambas são necessárias. Se o Estado é falho quanto à segunda, isso não significa que a primeira não merece sua devida atenção. 
E de que mal padeço? Ora, nas palavras de Florestan Fernandes, posso ser diagnosticada como, segundo Thomas Skidmore* (apud Lewandowski) "ter o preconceito de não ter preconceito", na medida em que creio que "a cor da pele nunca fora barreira para  a ascensão social e econômica dos não brancos pudesse ser atribuída a qualquer outra coisa além do relativo subdsenvolvimento da sociedade ou da falta de iniciativa individual".
Sempre penso comigo mesma: viver, em muitos momentos, nada mais é do que superar preconceitos, mesmo os invisíveis, camuflados sobre convicções falhas e de pouca maturidade. De mim, só posso esperar viver, viver e aprender, viver e superar. 
___________________________
* SKIDMORE, Thomas E. Preto no branco: raça e nacionalidade no pensamento brasileiro
(1870-1930). São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 296. 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Uma noite memorável

Todos se despediam, cada um seguindo para seu carro. Os motoristas, já ao lado da porta da condução, acenavam uns aos outros em sinal de adeus; os caronas, por seu turno, metiam, quase apressadamente, as mãos nas maçanetas, abrindo as demais portas dos veículos.
Ela, no entanto, aguardava, a pouco mais de um metro do automóvel, seu amigo destrancar a porta. Ele enfiou a chave e a rodou, sorrindo-lhe gentilmente. Ela agradeceu com um meneio e entrou no carro, batendo de leve a porta com a ajuda dele. Se não fosse pela porta, suas mãos teriam se tocado. Ele deu a partida, e todos deixaram para trás o sítio e as diversões do dia, rumo à estrada poeirenta.
A noite estava estrelada. Um céu inteiro formando um tapete de luzes cintilantes, espiando de cima a insignificância dos seres que as fitavam, desenvaidecidos.
Ela ficou deslumbrada. Não via o firmamento carregado assim de brilho desde que voltara a morar no sul, pensou consigo. Seu amigo, percebendo ou não o fascínio da garota, fez um breve comentário sobre a beleza de tudo aquilo. E acrescentou, rapidamente: “vou fazer algo que não se deve fazer”, e desligou as luzes do farol, ainda guiando o carro. Assim, as estrelas puseram-se a reinar sozinhas e magistralmente naquele momento em meio à pretensa escuridão.
Foram os segundos mais prazerosos que ela teve em muitos anos, a despeito da condução pouco defensiva. Ela encantou-se instantaneamente. Não tinha muita certeza se era pela vista privilegiada, se pela postura de seu amigo em lhe propiciar tal privilégio, ou se por ambas as situações juntas. De uma coisa sabia: naquele momento, algo dentro dela havia despertado. E então, a noite, engolida por infinitas luzes, tornou-se memorável; os faróis novamente acesos, estavam os dois de volta à realidade. Para ela, tarde demais. Era amor. 

De sterrennacht - Vincent van Gogh

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sobre ser "agradável"

Olha só que interessante. Num mesmo dia encontrei pensamentos convergentes em dois blogs que eu acompanho.
Eis o primeiro deles:

Muita concordância mata um diálogo.  

O segundo vem do blog do Sebastian Marshall, cujo texto eu tomei a liberdade de traduzir já para o português, mas para aqueles que gostam de fidelidade textual basta clicar no link atrás (no blog, ainda é possível verificar que o texto é um excerto de um discurso de graduação). 

"Uma pessoa não precisa ser má para ser odiada. De fato, é comum o caso de alguém ser odiado precisamente porque está tentando fazer o certo baseado em suas próprias convicções. É muito simples ser querido, a pessoa só precisa ser transigente e não manter fortes convicções. Então, a pessoa gravitará em direção ao centro e estabelecer-se-á na média. Este não pode ser o seu papel. Há muitas pessoas ruins no mundo, e se você não as está ofendendo, você deve ser mau em sua essência. Popularidade é um sinal certeiro de que você está fazendo algo errado".

Pior que matar uma conversa que tem potencial para ser prazerosa, é transitar entre o "bom" e o "mau" por medo de ofender as pessoas. É como não saber distinguir o certo do errado. Dá o que pensar, não? 

sexta-feira, 16 de março de 2012

Aceitar é...

“Ser aceito é ser percebido antes de ser entendido. É ser acolhido antes de ser querido. É ser recebido antes de ser conhecido. É ser experimentado antes da experiência. É, pois, um estado de compreensão prévia”.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Inaceitável Onde

Vamos à querida língua portuguesa, passear um pouco por seu emprego, nem sempre dos melhores. É verdade que eu erro escrevendo. Às vezes falta um acento aqui ou ali, às vezes o dedo esbarra e fica sobrando uma letra ou um dígito, mas isso está mais ligado à destreza com o teclado do que com o conhecimento da norma culta e da ortografia (hehehe), e nem sempre a revisão é perfeita. Acontece. É aquela velha história de "quem está de fora, vê melhor".
Agora, uma coisa que muito me incomoda, e agradeço muito por ter encontrado esse texto (um pouco antigo já), é o mau uso do "onde". Inaceitável.

Onde mais?
A gente não se dá conta, mas existe um outro vício (eu diria: vírus) de linguagem infectando indiscriminadamente brasileiros de todas as idades, sexos e estratos sociais.
Falo do insidioso “onde”. Sim: insidioso. À primeira vista, “onde” parece uma palavra inocente e inofensiva. Mas, sem fazer alarde, o danado do “onde” foi se imiscuindo na nossa vida, invadindo frases que não lhe dizem respeito e diminuindo consideravelmente as oportunidades de emprego para palavras honestas como “que”, “o qual” e “das quais”.
Todos os momentos em que deveríamos usar “em que”, muitas situações nas quais antigamente se usava “nas quais” e uma série de casos “onde” pedem nada além de um simples “que”, de repente, viraram momentos “onde”, situações “onde” e casos “onde”. Casos “onde”?!!
Esse maldito “onde” é ainda mais perigoso, porque, na maioria das vezes, a gente nem notaque ele está ali, apodrecendo uma frase inteira. Tem vezes “onde” a gente consegue perceber, mas existem construções mais elaboradas “onde” até os ouvidos mais sensíveis acabam engambelados.
É diferente do irritante “com certeza”, que tem uma melancia pendurada no pescoço e não esquece de se anunciar a cada aparição. Não é como a praga do gerundismo, que sempre vai estar chamando a atenção de todos os que não suportam estar ouvindo quem insiste em estar falando desse jeito. O “onde”, não. O “onde” é discreto. Vai chegar um momento “onde” você e eu vamos passar a falar assim e vamos achar normal.
(...) Vi o assunto sendo discutido no programa de TV do professor Pasquale, e ainda recebi várias newsletters pela Internet que tocavam no problema do “onde”. Ou seja: os estudiosos já estão há muito tempo cientes do problema. Agora é preciso envolver o resto da população no combate a essa epidemia. Aliás, aqui vai uma sugestão à produção da próxima “Casa dos Artistas”: vamos fazer da Tiazinha, da Feiticeira e dos Gêmeos os garotos-propaganda de uma campanha pela erradicação do “com certeza”, do “eu vou estar transferindo a sua ligação” e do “tem casos onde”. O absurdo maior é que o “onde” está deixando de ser usado justamente nos momentos em que deveria, ou seja, quando é relativo a lugares.
Quase ninguém mais diz “o lugar onde nasci” ou “as cidades onde morei”. Agora é o lugar “que” eu nasci, as cidades “que” eu morei. Se essa troca de função entre o “onde” e o “que” for mais longe, aonde (a quê?) vamos parar? Já pensou? Em vez de “a mulher que eu amo”, você vai dizer “a mulher onde eu amo”. (Às vezes as duas coisas coincidem, mas outras vezes o objeto do desejo está inacessível ou com enxaqueca.) Mas o pior vai ser quando “por que” virar “por onde”. “Por que você não foi?” vai virar “Por onde você não foi?”, o que vai suscitar múltiplas interpretações.
Além do que (do onde?), aprender de novo quando o poronde é junto, quando o por onde é separado e quando o porônde leva acento vai ser complicado demais nessa idade.

Ricardo Freire. Época, 25/12/2001 (com adaptações).

terça-feira, 13 de março de 2012

Momento Van Gogh

Estive no MASP na semana passada. Eu nem sabia que o museu dispunha de algumas obras de Van Gogh. Confesso que não me sentia emocionada assim desde quando tive o prazer de ver Jostein Gaarder pessoalmente. 
Simplesmente curti e guardei para sempre aquele momento. De tirar o fôlego!



Para quem gostaria de saber um pouco mais sobre a vida deste gênio, recomendo este livro. 


terça-feira, 6 de março de 2012

Satisfaça-me!

Vi este livro hoje na Livraria Cultura. Fiquei com aquela coceirinha na mão para comprar... Estou aceitando presentes e doações!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Introvertidos

Não tenho porque esconder ou mentir. Sou introvertida e gasto relativamente bastante tempo pensando sobre isso. E, sem falsas modéstias, gosto de mim como sou. Não que eu seja uma cabeça dura, de mente fechada que sempre permanecerá igual e com a mesma forma de pensar por toda a vida, mas como alguém que sabe se autoapreciar e ser feliz acima de tudo.
Não é a primeira vez que esse assunto é abordado neste blog. Ele já foi trazido à tona por meio de um pequeno conto e em algumas outras postagens, embora de modo velado.
Acontece que hoje, entre uma aula e outra do cursinho, eu resolvi abrir a página do TED e encontrei o vídeo de Susan Cain: The power of introvert.


No vídeo, a introvertida advogada, mas uma graça em pessoa, fala sobre a vez dos introvertidos na sociedade. Explica que um introvertido não é necessariamente tímido. Introvertido é aquela pessoa que responde de uma forma diferente aos estímulos, inclusive os sociais. Ela fala ainda sobre o porquê a sociedade deveria incentivar os introvertidos, já que eles são em geral habilidosos e talentosos de uma forma ainda pouco notada. (não nessas palavras, foi o que entendi do discurso).
De modo a complementar o vídeo, ainda sem legendas, resolvi trazer os 10 mitos sobre introvertidos que encontrei linkado nos comentários do vídeo de Cain. 10 Myths About Introverts pode ser encontrado no original aqui.

No post, porém, trago o artigo de Carl de forma mais simplificada e com o que penso. Quais são os mitos, então?
1) Introvertidos não gostam de conversar. Conversa fiada. Introvertidos, como qualquer pessoa, adoram conversar, apenas com a peculiaridade de que só conversam se acharem que têm o que falar. Mas se encontrar o assunto certo, podem não parar de falar por dias.

2) Intovertidos são tímidos. Timidez não tem nada a ver com ser introvertido. Introvertidos só precisam de um motivo a mais para interagir, não interagir por pura e simples interação. É como diz Carl, se você quer conversar com um introvertdo, oras, apenas converse, não se preocupe em ser educado.

3) Introvertidos são rudes. Introvertidos não são rudes só porque não sentem a mesma necessidade em interagir a todo momento. Eles apenas esperam que as pessoas sejam sinceras e honestas. Como nem sempre isso é compreendido pela sociedade de um modo geral, a pressão social para que interajam costuma ser grande, e isso os deixa exaustos.

4) Introvertidos não gostam de pessoas. Errado de novo. Geralmente introvertidos têm poucos amigos, contáveis nos dedos de uma única mão. Mas eles sinceramente valorizam estes amigos. Carl diz que "se você for sortudo o suficiente para que um introvertido o considere amigo, você provavelmente tem um leal aliado para a vida toda".

5) Introvertidos não gostam de sair em público. O que ocorre na verdade é que os introvertidos apreendem informações sobre suas experiências de forma mais rápida e não sentem a necessidade de ficar se expondo a todo momento para entender como a "coisa funciona". Gostam de sair, mas poucas experiências bastam para que queiram logo voltar para casa e processar todo esse "aprendizado".
No começo do artigo, Carl inclusive fala da obra de Marti Laney sobre as vantagens do introvertido, onde é abordado o fato de que os introvertidos são super sensitivos em relação a estímulos externos, e excesso de estímulo dessa ordem os cansa. Isso ocorreria porque seus neurotransmissores seguem caminhos diferentes no sistema nervoso (grande parte da área em questão justamente ligada à atividade contemplativa), e são mais sensíveis à Dopamina. Como extrovertidos não reagem da mesma forma aos estímulos e tem menor sensibilidade à dopamina, sentem maior necessidade de adrenalina e tendem a procurar modos de produzi-la.

6) Introvertidos querem sempre ficar sozinhos. Eles se sentem à vontade com seus próprios pensamentos, é verdade. São introspectivos e sonham acordado. Gostam de trabalhar solucionando problemas, mas se sentem extremamente sós se não encontram ninguém com quem dividir suas descobertas e pensamentos (e por que achas que tenho um blog? rs). O que é comum, no entanto, é que eles tenham uma conexão sólida  e sincera com apenas uma pessoa por vez.

7)Introvertidos são estranhos. Introvertidos podem ser individualistas. Não num mal sentido. Eles apenas não seguem o fluxo de tomar decisões baseadas no que é popular e está na moda, pois costumam valorizar seu jeito de viver. E acredite, não há nada de errado nisso. Creio até que aumente a taxa de felicidade consigo mesmo.

8) Introvertidos são nerds esnobes. É como já disse, introvertidos têm um amor maior às suas próprias ideias e pensamentos, são introspectivos e prestam muita atenção às suas próprias emoções. Não é que não prestem atenção no que lhes passa ao redor, mas lhes é muito mais estimulante e gratificante ouvir e enxergar o que acontece no seu mundo interior. Não tem nada a ver com ser esnobe e desconsiderar pensamentos alheios. Tem a ver com o fato de a introspecção lhes atingir de uma forma mais acentudada.

9) Introvertidos não sabem como relaxar e se divertir. Introvertidos relaxam sim, mas em ambientes diferentes: em casa ou em contato com a natureza, não em lugares públicos lotados. Em geral, não procuram excitação e adrenalina como viciados. E, no meu ponto de vista, quando o fazem, é por algum motivo específico, não pela pura e simples necessidade de se sentirem bem e rotularem isso como "diversão".

10) Introvertidos podem se "consertar" e se tornarem extrovertidos. Eu me pergunto primeiro: e por que eles iriam querem isso? Mas, a questão já nem precisaria ocorrer, em primeiro lugar porque ser introvertido não é algo que se precise consertar. Nas palavras de Amy Lee: "don't try to fix, I'm not broken" - "não tente me consertar, não estou quebrada". 
Carl, por sua vez, diz que um mundo sem introvertidos seria um mundo sem cientistas, músicos, artistas, poetas, cineastas, doutores, matemáticos, escritores e filósofos. E ainda inverte os parâmetros. Para ele, há muitas técnicas que os extrovertidos podem aprender para interagir com os introvertidos. Introvertidos merecem respeito. Há um estudo, inclusive que demonstra que a percentagem introversão aumenta juntamente com a do QI. Extrovertidos precisam aprender a respeitar os introspectivos, e estes também ainda precisam aprender a respeitarem a si mesmos.

domingo, 4 de março de 2012

E por que penso assim?

"Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe..."

E por que sou assim? Por que penso assim? 

sábado, 3 de março de 2012

Os sete pecados capitais de uma leitora

Quando li o post da Mari fiquei empolgadíssima com a ideia e, portanto, resolvi postar minha resposta.
Como ela mesma descreve no post, tudo nasceu da tag "Seven deadly sins of beauty" (Sete pecados capitais da beleza). Ok, falar de maquiagem é legal, mas restringe o público. Falar de livros é um pouco melhor...
Agora, vamos lá.


GULA - Qual livro você comprou por gula, ou seja, simplesmente para ter na estante?


Sinceramente, ainda não comprei, mas é que estou esperando me definir onde estarei nos próximos meses de forma mais definida para poder fazer o pedido online para o endereço correto. A saga de O Guia dos Mochileiros da Galáxia em verdade não haveria necessidade de comprar, pois já li e já existe um box na família. Mas, convenhamos, um dia terei minha própria casa, com minha biblioteca particular (ok, está mais para uma salinha de leitura) e gostaria de ter o meu próprio box
Em verdade, na minha sonhada biblioteca particular, quero que estejam todos os livros que já li. Talvez meu maior pecado seja a gula mesmo.

AVAREZA - Existe algum livro que você comprou porque estava barato ou deixou de comprar porque estava caro demais?

Ó Céus! E como há! Mas o que encabeça mesmo a lista é este: 


O livro estava em promoção do tipo "Queima de estoque". Barato mesmo (R$ 9,90). E tem uma historinha que demonstra bem a avareza. Já estava barato, mas minha avó, que na ocasião estava comigo, se ofereceu para comprar para mim. É claro que eu aceitei. Avarenta nada, né?

LUXÚRIA - O que lhe atrai visualmente visualmente na hora de comprar um livro? Qual livro você comprou/compraria somente pela capa?


Os livros da coleção Abril são um charme! Há títulos que de verdade nem me apetecem, mas eu compraria só pela capa, e quem sabe, quando viesse a calhar, eu os leria. 

IRA - Qual foi o personagem ou a história que mais te deixou com raiva? Com qual livro ou série literária você tem aquela relação de amor e ódio? 


Clodagh! Sem nem pensar duas vezes. Não sou moralista (ok, talvez seja um pouco), mas ela é exatamente o tipo de FDP que eu não gostaria de topar por aí.

INVEJA - Que obra literária você adoraria ter na sua coleção? 


Confesso que bateu uma invejinha rosa quando eu soube que meu irmão havia encomendado diretamente dos EUA à minha mãe o livro Fight Club. Eu já o tinha lido por e-book, mas tê-lo fisicamente é incomparável. A inveja não foi em si pelo livro, mas pelo fato de eu não ter tido a mesma ideia e ter pedido um livro bacana que não encontraria tão fácil (ou barato - de novo a avareza...) aqui no Brasil.

PREGUIÇA - Qual livro que está/ficou parado na sua estante simplesmente porque você tem preguiça de ler? 



Tive muita preguiça de ler Robinson Crusoe. Sei que há um post no blog em algum lugar em que eu comento minha excitação para lê-lo. Acontece que, como pessoas, os livros às vezes também decepcionam (afinal, são escritos por pessoas). Não que a decepção tenha sido grande. É só que algumas partes se tornaram meio entediantes e tive que fazer promessas pessoais para terminá-lo. Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena! Gostei, só não é dos meus favoritos.

SOBERBA - Qual livro você não lê por orgulho? 

Até hoje não li e nem tenho ganas de ler qualquer livro do Paulo Coelho. O porquê? Sinceramente, puro preconceito. Algo do tipo "não vou com a cara". Sei que para não gostar, tem que "provar". Mas quando se  é tomada por preconceito... ihhh, poucas coisas conseguem fazer a cabeça de alguém. No meu caso, já disseram: "olha, até o Bill Clinton lê... então... por que não?" 

Infelizmente, a pergunta já está (pobremente e sem mais) respondida. 





segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Uma questão de amor

Postaram um vídeo de Steve Vai, tocando Little Wing, no status do Facebook. Steve Vai é desses artistas que é impossível não curtir, nem que seja por uma fração de segundos (mas, no meu caso, cada segundo é muito bem apreciado).
Ele toca com tanta leveza, mas precisão, que creio nem seus cabelos ao vento conseguem metaforizar com perfeição essa suavidade.
E eu, assistindo a tudo isso, quis compartilhar o video. Não com todos, mas de forma mais específica.
Sei que cheguei a pensar: "vou compartilhá-lo para que saiba que me lembrei dele".
Mas imediatamente minha mente me corrigiu perguntando-me: "e como é que se lembra de alguém que na verdade nunca se esquece?"
Boa pergunta.
Uma questão de amor, creio eu.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

sábado, 7 de janeiro de 2012