sexta-feira, 16 de março de 2012

Aceitar é...

“Ser aceito é ser percebido antes de ser entendido. É ser acolhido antes de ser querido. É ser recebido antes de ser conhecido. É ser experimentado antes da experiência. É, pois, um estado de compreensão prévia”.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Inaceitável Onde

Vamos à querida língua portuguesa, passear um pouco por seu emprego, nem sempre dos melhores. É verdade que eu erro escrevendo. Às vezes falta um acento aqui ou ali, às vezes o dedo esbarra e fica sobrando uma letra ou um dígito, mas isso está mais ligado à destreza com o teclado do que com o conhecimento da norma culta e da ortografia (hehehe), e nem sempre a revisão é perfeita. Acontece. É aquela velha história de "quem está de fora, vê melhor".
Agora, uma coisa que muito me incomoda, e agradeço muito por ter encontrado esse texto (um pouco antigo já), é o mau uso do "onde". Inaceitável.

Onde mais?
A gente não se dá conta, mas existe um outro vício (eu diria: vírus) de linguagem infectando indiscriminadamente brasileiros de todas as idades, sexos e estratos sociais.
Falo do insidioso “onde”. Sim: insidioso. À primeira vista, “onde” parece uma palavra inocente e inofensiva. Mas, sem fazer alarde, o danado do “onde” foi se imiscuindo na nossa vida, invadindo frases que não lhe dizem respeito e diminuindo consideravelmente as oportunidades de emprego para palavras honestas como “que”, “o qual” e “das quais”.
Todos os momentos em que deveríamos usar “em que”, muitas situações nas quais antigamente se usava “nas quais” e uma série de casos “onde” pedem nada além de um simples “que”, de repente, viraram momentos “onde”, situações “onde” e casos “onde”. Casos “onde”?!!
Esse maldito “onde” é ainda mais perigoso, porque, na maioria das vezes, a gente nem notaque ele está ali, apodrecendo uma frase inteira. Tem vezes “onde” a gente consegue perceber, mas existem construções mais elaboradas “onde” até os ouvidos mais sensíveis acabam engambelados.
É diferente do irritante “com certeza”, que tem uma melancia pendurada no pescoço e não esquece de se anunciar a cada aparição. Não é como a praga do gerundismo, que sempre vai estar chamando a atenção de todos os que não suportam estar ouvindo quem insiste em estar falando desse jeito. O “onde”, não. O “onde” é discreto. Vai chegar um momento “onde” você e eu vamos passar a falar assim e vamos achar normal.
(...) Vi o assunto sendo discutido no programa de TV do professor Pasquale, e ainda recebi várias newsletters pela Internet que tocavam no problema do “onde”. Ou seja: os estudiosos já estão há muito tempo cientes do problema. Agora é preciso envolver o resto da população no combate a essa epidemia. Aliás, aqui vai uma sugestão à produção da próxima “Casa dos Artistas”: vamos fazer da Tiazinha, da Feiticeira e dos Gêmeos os garotos-propaganda de uma campanha pela erradicação do “com certeza”, do “eu vou estar transferindo a sua ligação” e do “tem casos onde”. O absurdo maior é que o “onde” está deixando de ser usado justamente nos momentos em que deveria, ou seja, quando é relativo a lugares.
Quase ninguém mais diz “o lugar onde nasci” ou “as cidades onde morei”. Agora é o lugar “que” eu nasci, as cidades “que” eu morei. Se essa troca de função entre o “onde” e o “que” for mais longe, aonde (a quê?) vamos parar? Já pensou? Em vez de “a mulher que eu amo”, você vai dizer “a mulher onde eu amo”. (Às vezes as duas coisas coincidem, mas outras vezes o objeto do desejo está inacessível ou com enxaqueca.) Mas o pior vai ser quando “por que” virar “por onde”. “Por que você não foi?” vai virar “Por onde você não foi?”, o que vai suscitar múltiplas interpretações.
Além do que (do onde?), aprender de novo quando o poronde é junto, quando o por onde é separado e quando o porônde leva acento vai ser complicado demais nessa idade.

Ricardo Freire. Época, 25/12/2001 (com adaptações).

terça-feira, 13 de março de 2012

Momento Van Gogh

Estive no MASP na semana passada. Eu nem sabia que o museu dispunha de algumas obras de Van Gogh. Confesso que não me sentia emocionada assim desde quando tive o prazer de ver Jostein Gaarder pessoalmente. 
Simplesmente curti e guardei para sempre aquele momento. De tirar o fôlego!



Para quem gostaria de saber um pouco mais sobre a vida deste gênio, recomendo este livro. 


terça-feira, 6 de março de 2012

Satisfaça-me!

Vi este livro hoje na Livraria Cultura. Fiquei com aquela coceirinha na mão para comprar... Estou aceitando presentes e doações!

segunda-feira, 5 de março de 2012

Introvertidos

Não tenho porque esconder ou mentir. Sou introvertida e gasto relativamente bastante tempo pensando sobre isso. E, sem falsas modéstias, gosto de mim como sou. Não que eu seja uma cabeça dura, de mente fechada que sempre permanecerá igual e com a mesma forma de pensar por toda a vida, mas como alguém que sabe se autoapreciar e ser feliz acima de tudo.
Não é a primeira vez que esse assunto é abordado neste blog. Ele já foi trazido à tona por meio de um pequeno conto e em algumas outras postagens, embora de modo velado.
Acontece que hoje, entre uma aula e outra do cursinho, eu resolvi abrir a página do TED e encontrei o vídeo de Susan Cain: The power of introvert.


No vídeo, a introvertida advogada, mas uma graça em pessoa, fala sobre a vez dos introvertidos na sociedade. Explica que um introvertido não é necessariamente tímido. Introvertido é aquela pessoa que responde de uma forma diferente aos estímulos, inclusive os sociais. Ela fala ainda sobre o porquê a sociedade deveria incentivar os introvertidos, já que eles são em geral habilidosos e talentosos de uma forma ainda pouco notada. (não nessas palavras, foi o que entendi do discurso).
De modo a complementar o vídeo, ainda sem legendas, resolvi trazer os 10 mitos sobre introvertidos que encontrei linkado nos comentários do vídeo de Cain. 10 Myths About Introverts pode ser encontrado no original aqui.

No post, porém, trago o artigo de Carl de forma mais simplificada e com o que penso. Quais são os mitos, então?
1) Introvertidos não gostam de conversar. Conversa fiada. Introvertidos, como qualquer pessoa, adoram conversar, apenas com a peculiaridade de que só conversam se acharem que têm o que falar. Mas se encontrar o assunto certo, podem não parar de falar por dias.

2) Intovertidos são tímidos. Timidez não tem nada a ver com ser introvertido. Introvertidos só precisam de um motivo a mais para interagir, não interagir por pura e simples interação. É como diz Carl, se você quer conversar com um introvertdo, oras, apenas converse, não se preocupe em ser educado.

3) Introvertidos são rudes. Introvertidos não são rudes só porque não sentem a mesma necessidade em interagir a todo momento. Eles apenas esperam que as pessoas sejam sinceras e honestas. Como nem sempre isso é compreendido pela sociedade de um modo geral, a pressão social para que interajam costuma ser grande, e isso os deixa exaustos.

4) Introvertidos não gostam de pessoas. Errado de novo. Geralmente introvertidos têm poucos amigos, contáveis nos dedos de uma única mão. Mas eles sinceramente valorizam estes amigos. Carl diz que "se você for sortudo o suficiente para que um introvertido o considere amigo, você provavelmente tem um leal aliado para a vida toda".

5) Introvertidos não gostam de sair em público. O que ocorre na verdade é que os introvertidos apreendem informações sobre suas experiências de forma mais rápida e não sentem a necessidade de ficar se expondo a todo momento para entender como a "coisa funciona". Gostam de sair, mas poucas experiências bastam para que queiram logo voltar para casa e processar todo esse "aprendizado".
No começo do artigo, Carl inclusive fala da obra de Marti Laney sobre as vantagens do introvertido, onde é abordado o fato de que os introvertidos são super sensitivos em relação a estímulos externos, e excesso de estímulo dessa ordem os cansa. Isso ocorreria porque seus neurotransmissores seguem caminhos diferentes no sistema nervoso (grande parte da área em questão justamente ligada à atividade contemplativa), e são mais sensíveis à Dopamina. Como extrovertidos não reagem da mesma forma aos estímulos e tem menor sensibilidade à dopamina, sentem maior necessidade de adrenalina e tendem a procurar modos de produzi-la.

6) Introvertidos querem sempre ficar sozinhos. Eles se sentem à vontade com seus próprios pensamentos, é verdade. São introspectivos e sonham acordado. Gostam de trabalhar solucionando problemas, mas se sentem extremamente sós se não encontram ninguém com quem dividir suas descobertas e pensamentos (e por que achas que tenho um blog? rs). O que é comum, no entanto, é que eles tenham uma conexão sólida  e sincera com apenas uma pessoa por vez.

7)Introvertidos são estranhos. Introvertidos podem ser individualistas. Não num mal sentido. Eles apenas não seguem o fluxo de tomar decisões baseadas no que é popular e está na moda, pois costumam valorizar seu jeito de viver. E acredite, não há nada de errado nisso. Creio até que aumente a taxa de felicidade consigo mesmo.

8) Introvertidos são nerds esnobes. É como já disse, introvertidos têm um amor maior às suas próprias ideias e pensamentos, são introspectivos e prestam muita atenção às suas próprias emoções. Não é que não prestem atenção no que lhes passa ao redor, mas lhes é muito mais estimulante e gratificante ouvir e enxergar o que acontece no seu mundo interior. Não tem nada a ver com ser esnobe e desconsiderar pensamentos alheios. Tem a ver com o fato de a introspecção lhes atingir de uma forma mais acentudada.

9) Introvertidos não sabem como relaxar e se divertir. Introvertidos relaxam sim, mas em ambientes diferentes: em casa ou em contato com a natureza, não em lugares públicos lotados. Em geral, não procuram excitação e adrenalina como viciados. E, no meu ponto de vista, quando o fazem, é por algum motivo específico, não pela pura e simples necessidade de se sentirem bem e rotularem isso como "diversão".

10) Introvertidos podem se "consertar" e se tornarem extrovertidos. Eu me pergunto primeiro: e por que eles iriam querem isso? Mas, a questão já nem precisaria ocorrer, em primeiro lugar porque ser introvertido não é algo que se precise consertar. Nas palavras de Amy Lee: "don't try to fix, I'm not broken" - "não tente me consertar, não estou quebrada". 
Carl, por sua vez, diz que um mundo sem introvertidos seria um mundo sem cientistas, músicos, artistas, poetas, cineastas, doutores, matemáticos, escritores e filósofos. E ainda inverte os parâmetros. Para ele, há muitas técnicas que os extrovertidos podem aprender para interagir com os introvertidos. Introvertidos merecem respeito. Há um estudo, inclusive que demonstra que a percentagem introversão aumenta juntamente com a do QI. Extrovertidos precisam aprender a respeitar os introspectivos, e estes também ainda precisam aprender a respeitarem a si mesmos.

domingo, 4 de março de 2012

E por que penso assim?

"Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe..."

E por que sou assim? Por que penso assim? 

sábado, 3 de março de 2012

Os sete pecados capitais de uma leitora

Quando li o post da Mari fiquei empolgadíssima com a ideia e, portanto, resolvi postar minha resposta.
Como ela mesma descreve no post, tudo nasceu da tag "Seven deadly sins of beauty" (Sete pecados capitais da beleza). Ok, falar de maquiagem é legal, mas restringe o público. Falar de livros é um pouco melhor...
Agora, vamos lá.


GULA - Qual livro você comprou por gula, ou seja, simplesmente para ter na estante?


Sinceramente, ainda não comprei, mas é que estou esperando me definir onde estarei nos próximos meses de forma mais definida para poder fazer o pedido online para o endereço correto. A saga de O Guia dos Mochileiros da Galáxia em verdade não haveria necessidade de comprar, pois já li e já existe um box na família. Mas, convenhamos, um dia terei minha própria casa, com minha biblioteca particular (ok, está mais para uma salinha de leitura) e gostaria de ter o meu próprio box
Em verdade, na minha sonhada biblioteca particular, quero que estejam todos os livros que já li. Talvez meu maior pecado seja a gula mesmo.

AVAREZA - Existe algum livro que você comprou porque estava barato ou deixou de comprar porque estava caro demais?

Ó Céus! E como há! Mas o que encabeça mesmo a lista é este: 


O livro estava em promoção do tipo "Queima de estoque". Barato mesmo (R$ 9,90). E tem uma historinha que demonstra bem a avareza. Já estava barato, mas minha avó, que na ocasião estava comigo, se ofereceu para comprar para mim. É claro que eu aceitei. Avarenta nada, né?

LUXÚRIA - O que lhe atrai visualmente visualmente na hora de comprar um livro? Qual livro você comprou/compraria somente pela capa?


Os livros da coleção Abril são um charme! Há títulos que de verdade nem me apetecem, mas eu compraria só pela capa, e quem sabe, quando viesse a calhar, eu os leria. 

IRA - Qual foi o personagem ou a história que mais te deixou com raiva? Com qual livro ou série literária você tem aquela relação de amor e ódio? 


Clodagh! Sem nem pensar duas vezes. Não sou moralista (ok, talvez seja um pouco), mas ela é exatamente o tipo de FDP que eu não gostaria de topar por aí.

INVEJA - Que obra literária você adoraria ter na sua coleção? 


Confesso que bateu uma invejinha rosa quando eu soube que meu irmão havia encomendado diretamente dos EUA à minha mãe o livro Fight Club. Eu já o tinha lido por e-book, mas tê-lo fisicamente é incomparável. A inveja não foi em si pelo livro, mas pelo fato de eu não ter tido a mesma ideia e ter pedido um livro bacana que não encontraria tão fácil (ou barato - de novo a avareza...) aqui no Brasil.

PREGUIÇA - Qual livro que está/ficou parado na sua estante simplesmente porque você tem preguiça de ler? 



Tive muita preguiça de ler Robinson Crusoe. Sei que há um post no blog em algum lugar em que eu comento minha excitação para lê-lo. Acontece que, como pessoas, os livros às vezes também decepcionam (afinal, são escritos por pessoas). Não que a decepção tenha sido grande. É só que algumas partes se tornaram meio entediantes e tive que fazer promessas pessoais para terminá-lo. Valeu a pena? Tudo vale a pena se a alma não é pequena! Gostei, só não é dos meus favoritos.

SOBERBA - Qual livro você não lê por orgulho? 

Até hoje não li e nem tenho ganas de ler qualquer livro do Paulo Coelho. O porquê? Sinceramente, puro preconceito. Algo do tipo "não vou com a cara". Sei que para não gostar, tem que "provar". Mas quando se  é tomada por preconceito... ihhh, poucas coisas conseguem fazer a cabeça de alguém. No meu caso, já disseram: "olha, até o Bill Clinton lê... então... por que não?" 

Infelizmente, a pergunta já está (pobremente e sem mais) respondida.