quarta-feira, 17 de julho de 2013

Escrever é Ok

Escrever é dar a si uma chance de falar não como quem urge, mas como quem reflete, não de forma menos verdadeira, de modo a aparentar que escolhe um pouco mais detidamente as palavras por medo de ser mal interpretado ou querer agradar aquele que lê. Quem escreve assim o faz porque os pensamentos são ágeis, e fazem eles parte de um mundo muito maior de possibilidades, de que as palavras, assim escritas, não poderão jamais alcançar. É toda uma cautela de selecionar objetos de um mundo infinito e trazê-los à finitude; limitá-los àquilo que é tangível à linguagem e à capacidade humana de reter seu conteúdo. De preferência, para o todo sempre. Falar não demanda tudo isso. Falar requer apenas um ouvinte. Escrever demanda fixar, fixar com a alma e o coração. E não há nada de impessoal nisso. Guardar cartas de amor nunca será igual a guardar vagas memórias de uma declaração falada de amor. 
Escrever é OK

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