quarta-feira, 16 de abril de 2008

A Dança do Universo

O livro A dança do Universo, de Marcelo Gleiser compreende um compactado mas bom agrupamento de aspectos biográficos de alguns cientistas, lato sensu. De uma forma geral, posso dizer que o livro aborda a história da física, partindo das crenças mitológicas até os dias de hoje.
Além da linguagem acessível, a leitura é cativante e quase nada cansativa. Altamente recomendada para qualquer pessoa que se interesse ou não pelo assunto. Se você não conseguir ler até o fim, recomendo ao menos as pequenas passagens em que o físico conta um pouco de cada personalidade científica. É só olhar o índice remissivo.
Acredito que, embora o livro apresente algumas falhas conceituais* (do meu humilde ponto de vista - não sou estudante de física), o objetivo de quebrar aquele famoso esteriótipo de "cientista é um ser frio ou ateu" é perfeitamente alcançado.
Pense bem num assunto que, para você, traduza uma situação de pólos completamente distintos, o preto e o branco do mundo: pensou? Uma pequena sugestão: Ciência x Religião.Pois é. No livro acho que aos poucos, essa diferença vai enfraquecendo. Eu mesma sempre fui da opinião de que uma não necessariamente exclui a outra. Cada uma tem um campo próprio para sua atuação, e alguns pontos que se tocam e são comuns. E por que não interpretar como respostas diferentes para uma mesma pergunta? Cada uma com sua fundamentação.
Veja por um lado. Se até mesmo a ciência admite teorias completamente opostas para explicar a luz, a teoria corpuscular e a teoria ondulatória, por que não a Religião apresentar a sua teoria baseado na fé? O que não admito é que uma subjugue a outra. Deve haver uma harmonia entre duas criações absolutamente humanas. Não podemos nos esquecer que, tanto a religião quanto a ciência são resultados de uma mesma capacidade: a mente do homem. E tanto em uma como na outra, é necessário a crença. Na religião nem precisa entrar muito a fundo. Todo mundo já ouviu falar em "fé". Mas na ciência, muitos conceitos, muitas teorias, são baseados em crenças. São as chamadas hipóteses. Ainda que se trabalhe com axiomas e postulados só por estes a ciência não pode evoluir. E acho que isso fica bem claro no livro. A teimosia e a paixão pelo entendimento levaram a incríveis descobertas que culminaram em verdadeiras revoluções científicas.
É por isso, que deixo a vocês frases** do cientista mais conhecido de todos os tempos, o que demonstra facetas bem-humoradas, de um cientista que, antes de tudo, também foi alguém assim: de carne, osso e sentimentos.

1) Só duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana, e só tenho dúvidas quanto ao universo. Albert Einstein

2) Senso comum é uma coleção de preconceitos adquiridos aos 18 anos. Albert Einstein

3) Você realmente não entende algo se não consegue explicá-lo para sua . Albert Einstein

*M.G. utiliza insistentemente o termo "força centrífuga" para situações como a de pessoas dentro de um carro numa curva acentuada em alta velocidade. Eu sempre aprendi que nessas situações não havia uma força centrífuga, que escapa radialmente, já que escapa, nessa situação, tangencialmente. Veja, é uma questão terminológica.
** A frase n. 2 pode ser encontrada no próprio livro A dança do Universo, já as outras duas não conheço nenhuma fonte para citar.

P.S.: Pra galera que quiser saber a respeito de outras opiniões sobre o livro, recomendo os seguintes links: Como distorcer a Física e Coisa de Gorgo. São opiniões distintas. Mas pra chegar à sua própria conclusão, só lendo o livro!

Um comentário:

Silvano disse...

Valeu, ISA, que aula de escrita, de ciência e de outras coisas tu deste ao comentar o livro! Muito legal! Mais uma vez parabéns. Um abração. SILVANO