sábado, 26 de abril de 2008

Um Litro de Lágrimas

O post de hoje toca em vários assuntos.



O vídeo é do J-drama (Japanese Drama) intitulado Ichi rittoru no namida, fielmente: Um litro de lágrimas. E conta a história de Aya, uma menina que no auge de seus 15 anos, descobre ser portadora de uma doença incurável: degeneração espinocerebelar.
A doença em si traz uma série de inconvenientes. Por ser derivada de mutação genética, e portanto, passível de transmissão apenas pela hereditariedade, não causa risco a terceiros, mas é uma doença bastante triste. A pessoa aos poucos vai perdendo a coordenação, deixa de conseguir andar, escrever, falar e terá dificuldade até para engolir os alimentos. É progressiva, embora o avanço varie de pessoa para pessoa. No caso de Aya, os médicos disseram que a evolução estava acontecendo rápido demais.
Para mais informações, acesse: Degenerações espinocerebelares
Aya passa, obviamente por muitas dificuldades. Basquetista, tem de deixar o clube por não conseguir mais correr ou mesmo ter força pra lançar a bola; não consegue medir a distância dos objetos, enfim. Começa a perder o movimento das pernas, tendo de usar cadeira de rodas, o que faz que seus pais tenham que levá-la à escola, mesmo eles tendo de trabalhar logo cedo; atrasa o andamento das aulas, involuntariamente, claro, porque não consegue escrever no ritmo que o professor passa a matéria, fazendo com que os amigos esperem em respeito à sua condição.
Mas aos poucos, os colegas de classe começam a se sentir prejudicados, os pais, nas reuniões, também reclamam da situação, toda aquela coisa de falar mal pelas costas vai acontecendo.
Aqui, no vídeo, Aya chega bem no momento em que os colegas estão discutindo isso.
A questão é que Aya insistiu muito em continuar no colégio, ainda que os pais achassem melhor mudá-la para uma escola especial. Dizia Aya que, na presença diária de seus amigos, ela era capaz de sorrir, apesar da doença.
E no final das contas, Asou Haruto, que faz o discurso no vídeo, foi quem esteve com ela o tempo todo. Nunca reclamou de nada, e sempre aparentou frio, grosseiro (ele dizia que a morte era uma questão de balanço, equilíbrio: uns morrem para outros nascerem; dizia também que pouco importava se uma pessoa estava doente ou ia morrer, que as pessoas se esforçavam demais para continuar vivendo). No fim, ele foi o verdadeiro amigo de Aya. Isso faz pensar em uma série de questões. No meu caso, evidencia o fato de que amigos são importantes, sem dúvida, mas mais importante é a família, que não abandona a pessoa quando ela mais precisa.
E no vídeo acho que fica bem claro mesmo não a falsidade em si das pessoas, mas o egoísmo.
Vale lembrar que o J-Drama em questão foi baseado em uma história real, mais especificamente nos diários de Aya Kito (sim, o mesmo nome da menina na novela), que veio a falecer aos 25 anos.
A frase mais bela do drama, mais pro final da série, é quando Aya diz a Haruo, minutos antes de morrer: "Viva! Viva sempre!"

4 comentários:

Carla Menezes disse...

Esse tema me leva a questionar os limites do ser humano, a superação é algo inexplicável e imprevisível.
Uma das pessoas mais engraçadas que conheço é uma paciente com degeneração espino-cerebelar. Vejo tantas histórias, todos os dias, de doenças incuráveis - antes me perguntava o porquê do sorriso, agora simplesmente me deixo contagiar e o retribuo. Tenho pequenas lições de vida todos os dias.
Adorei o post!

=*

Anônimo disse...

Quem não teve oportunidade para assistir ao drama, recomendo-o.
Agradecer a todos, continuar a sorrir, perserverar quando descobre na flor da juventude, aos quinze anos, que é portadora de degeneração espino cerebelar, doença incurável e cruel, nos faz refletir uma porção de coisas (família,amizades,valores, etc). Aya superou toda a evolução da doença com coragem, gratidão e determinação inigualáveis. A empatia partia dela e não das pessoas em relação a ela, com exceção de sua família e de Asu. Até mesmo seu irmão, em determinado momento, teve vergonha da situação de Aya. E mais uma vez, Aya ela superou maravilhosamente e ensinou o quanto estamos cada vez mais egoístas em nossos mundinhos vazios e repletos de valores equivocados.

Unknown disse...

Mãe, obrigada pelo comentário enriquecedor!
Aproveito pra deixar bem claro que todo comentário é bem-vindo porque o objetivo deste blog é justamente este, gosto de aprender com outras pessoas. E é isso que POLINDO MEU ESPELHO justamente busca.
;) Até mais!

Th3_4nswer disse...

Olá, resolvi dar uma conferida no seu blog - que por sinal trata de muitos assuntos interessantes - no entanto, você, melhor do que muitos compreende o quão escasso tem sido meu tempo. Bem, o fato é que o vídeo me chamou a atenção, não só porque o rapaz é super parecido com o Thomas, mas principalmente pela situação.
Certamente casos como o dessa "novela" demonstram que, a superação de adversidades consiste em um elemento inerente à existência humana e que muitas vezes está para além da mera busca de soluções de cunho prático. Porque, estamos sujeitos a uma série de circunstâncias que constantemente põem a prova nossa capacidade de lidar com o trágico e com o inesperado, as quais temos de encarar de maneira autônoma e, sobretudo, criativa. Na ocasião da história, fica clara a impossibilidade da resolução de todos os problemas da vida apenas pelo uso de recursos pragmáticos como a ciência, haja vista que o drama apresenta uma situação na qual a medicina pouco pode auxiliar a “protagonista”, enquanto a atitude afetiva e sincera do garoto parece contribuir significativamente para o bem-estar da moça.
O texto corresponde a uma boa oportunidade para refletirmos acerca do quão dinâmico o ser humano precisa ser, diante de tão variados eventos, que ora exigem uma atitude principalmente racional, ora uma ação essencialmente afetiva.
Espero que me tenha conseguido fazer entender.